Histórias de Vida - Daniel Franco


Sempre trabalhou como carpinteiro desde que nasceu. Fez todo o tipo de trabalhos em madeira, inicialmente começou a trabalhar na oficina do Sr. Lúcio e emigrou para a Alemanha onde trabalhou durante 15 anos como carpinteiro, na tentativa de ganhar mais um pouco para a sua família.
Já na Alemanha, o Sr. Daniel Franco recorda-se das diferenças de Portugal e Alemanha em relação à profissão de carpinteiro. “O trabalho era muito mais, fazíamos coisas muito grandes. Enquanto que aqui, as coisas eram muito pequenas, haviam muitas, muitas diferenças. Lá até tínhamos muito mais máquinas e ferramentas para trabalhar, era completamente diferente.”
Nunca aprendeu a sua profissão com ninguém, desde que se lembra, sempre tive tendência para fazer objectos em madeira, em pequeno fazia os seus próprios brinquedos, carrinhos, cadeirinhas. Sempre gostou muito de trabalhar com a madeira.
Nunca trabalhou por conta própria, em Portugal trabalhou na oficina do Sr. Lúcio e em Alemanha trabalhou numa empresa.
Na altura em que trabalhava a vida era dura, trabalhava de manhã à noite porque tinha muitas encomendas. E diz-nos que: “...custava a dar conta do recado.” pois as encomendas eram desde móveis para casa até às caixas para fruta. Quando trabalhou aqui em Portugal não ganhava muito, quando fui para a Alemanha começou a ganhar mais…
O Sr. Daniel explica que gostava de fazer mesas, mas o que ele mais gostava de trabalhar era na tanoaria, a fazer pipas e barris, embora não fosse bem esse o seu ofício.
Comenta que o castanho é a melhor madeira para trabalhar e também a mais resistente, mas aqui em Portugal o pinho era a madeira que se usava mais, já na Alemanha era o mogno.
Sempre gostou muito de trabalhar a madeira e tive a sorte de conseguir trabalhar naquilo que gostava. Ensinou a sua arte a alguns carpinteiros, como por exemplo ao Sr. José Eduardo e ao Sr. José Pinheiro que aprenderam com ela na oficina do Sr. Lúcio, o seu filho João também aprendeu a sua arte pois sempre gostou de trabalhar com a madeira e escolheu ser carpinteiro como o pai por isso ensinou-lhe o que sabia.
O Sr. Daniel Franco sente-se cansado, e desde que veio da Alemanha que não trabalha. Diz-nos que existem nos dia de hoje bons carpinteiros e que o trabalho é mais facilitado devido à ajuda das máquinas. Quando o Centro de Dia de Marmelete perguntou como é que estará a arte da carpintaria daqui a 50 anos, o Sr. Daniel Franco a sorrir diz-nos: “...Nessa altura já eu não estou cá. Mas acho que sim, acho que vão continuar a haver carpinteiros, mas se calhar não vão trabalhar em pequenas oficinas, vão é trabalhar para grandes empresas…”
Sempre gostou muito de ser carpinteiro, mas se calhar até podia ter sido agricultor. Hoje em dia nos tempos livres descansa e vai ao café para estar com os amigos. Sente-se uma pessoa feliz dentro das possibilidades.
Obrigado pela disponibilidade Sr. Daniel Franco!

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Monchique, Marmelete, Portugal
Potenciando a efectivação de um acompanhamento do envelhecimento construtivo e activo, o Centro de Dia de Marmelete, consiste numa resposta social de apoio à população idosa da freguesia de Marmelete, incidindo a sua dinâmica institucional para colmatar as demais necessidades e/ou problemas de cariz sócio-demográfico. O Centro de Dia de Marmelete comporta as valências de Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Convívio. Conta com o apoio de 170 associados, entre os quais 16 encontram-se inseridos no Serviço de Apoio Domiciliário e 40 no Centro de Convívio.

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