"Os Natais de Antigamente"


Aproveitando a época natalícia, o Centro de Dia de Marmelete organizou uma tertúlia de discussão no dia 17 de Dezembro de 2009, com o tema “Os Natais de Antigamente”.
Durante aproximadamente uma hora de conversa, entre as técnicas e as utentes, estas relembraram as memórias dos seus natais em criança.
Entre este desfiar de memórias, falou-se da tradição da queima do madeiro de Natal, que todos os anos era queimado na lareira pela primeira vez na noite de Natal e todos os dias tinha que arder um bocadinho, até ao dia de Reis. Este madeiro deveria ser, preferencialmente, de madeira de oliveira, e depois da sua queima o que sobrasse do madeiro era guardado. Nas noites de trovoadas era queimado um bocadinho, pois segundo a crença popular a madeira era abençoada e acalmava a tempestade, evitando que os trovões caíssem em cima da casa da pessoa, precavendo assim males maiores. Enquanto o madeiro queimava, muitas pessoas tinham também o costume de cantar cânticos religiosos ou orarem.
Na noite de Natal, todas as pessoas vinham à missa do Galo que era exactamente à meia noite, muitas vinham de longe e a pé, pois a missa na noite de Natal era quase obrigatória para todos. Quando regressavam a casa iam cantando os cânticos que tinham escutado na igreja. No dia seguinte, repetiam a tradição e todos se apresentavam para a missa do Dia de Natal.
Não se falava em Pai Natal, nem em árvore de Natal, apenas se conhecia o presépio, e o mesmo só se poderia ver na igreja. Relativamente aos presentes, quase ninguém recebia prendas, e quem recebia, regalava-se com um chocolate ou algo simbólico, e estas lembranças eram colocadas no sapato de cada criança durante a noite, assumindo o nome de sapatinho de Natal.
Quanto à comida, as fatias douradas, as filhós, a galinha ou o galo faziam parte da tradição. O bacalhau não fazia parte da ceia de Natal naquela altura.
Havia ainda, o hábito de distribuir roupas e recolher alimentos
para as famílias mais carenciadas da aldeia, para que todos tivessem uma noite de Natal a preceito.
Concluiu-se que no Natal de hoje cometem-se alguns excessos, especialmente de ordem material, descurando-se do verdadeiro espírito natalício.
Alguns afirmaram que o Natal de antigamente era muito mais feliz, outros diziam que os Natais de hoje é que são felizes….

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Potenciando a efectivação de um acompanhamento do envelhecimento construtivo e activo, o Centro de Dia de Marmelete, consiste numa resposta social de apoio à população idosa da freguesia de Marmelete, incidindo a sua dinâmica institucional para colmatar as demais necessidades e/ou problemas de cariz sócio-demográfico. O Centro de Dia de Marmelete comporta as valências de Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Convívio. Conta com o apoio de 170 associados, entre os quais 16 encontram-se inseridos no Serviço de Apoio Domiciliário e 40 no Centro de Convívio.

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