Acções do Projecto 3 I's

Histórias de Vida - Crescência Gago Amaro


Crescência Amaro é natural de Timor e neste momento integra um grupo de alfabetização, integrado no projecto 3 I´s que se encontra a decorrer no concelho de Monchique, inserido num programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social. Aos 63 anos Crescência é uma pessoa que conta com uma experiência de vida muito particular e com histórias fora do comum, fruto das suas vivências num país diferente.
Crescência Gago Amaro nasceu em Timor, na cidade de Bobonaro situada acerca de 100 km de Díli, a capital de Timor.
Crescência teve uma infância bastante feliz, e que se pode considerar normal, apesar de aos três anos os pais se terem separado e de ter ido viver com os seus tios, passou uma infância bastante feliz e bastante livre. Frequentou a escola e quando estava em casa ajudava os tios na padaria dos quais eram donos.
Aos 24 anos casou às escondidas da família, com um português, que se encontrava a cumprir o serviço militar, em Timor.
Quando casou começou a trabalhar com o marido, que era feitor local de várias plantações de café, neste trabalho com o marido plantavam o café, recolhiam os grãos, secavam, ensacavam e entregavam-no aos proprietários dos terrenos que depois comercializavam o produto.
Com o 25 de Abril e consequente independência de Timor Crescência viu-se obrigada a fugir para a Indonésia, como muitos outros timorenses. Durante a fuga, Crescência estava grávida do seu terceiro filho, que nasceu cinco dias após a sua fuga.
Assim 28 anos vem para Portugal, país do qual o marido era natural, com o estatuto de refugiada, juntamente com o marido, os três filhos e o pai.
Após alguns dias de viagem desembarcou em Lisboa, e em seguida parte para Lagos, onde viveu três meses num parque de campismo numa rolote, passado esse período veio para Monchique, terra de onde o marido é natural.
Em Portugal encontrou algumas diferenças culturais, sobretudo em termos gastronómicos, e diz que o mais estranhou foi os portugueses comerem azeitonas, e quando provou pela primeira vez não gostou, mas depois habituou-se e já gosta bastante.
Passados cerca de trinta e cinco anos que está em Portugal, Crescência nunca regressou a Timor, apesar de sentir bastantes saudades dos familiares, em especial da mãe, mas a suas possibilidades económicas não lhe permitem suportar as despesas da viagem, que tem um valor muito elevado.
Crescência diz sentir muitas saudades de Timor, porém apesar de já se sentir portuguesa e de no seu cartão de cidadão já ter nacionalidade portuguesa, Crescência gostava de rever mais uma vez o seu país e os seus familiares, tem o sonho de ainda pisar o chão da terra que a viu nascer, pelo menos mais uma vez.
Em nome da direcção e da equipa técnica do Centro de Dia de Marmelete, resta-nos agradecer a sua disponibilidade em partilhar connosco a sua história peculiar.

Ciclo da Páscoa




Quaresma, palavra que vem do latim quadragésima, é o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no  Domingo de Páscoa.
A quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos... os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual.
Na Quaresma o simbolismo deste número deve-se às passagens dos 40 dias do dilúvio, dos 40 anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos 40 dias de Moisés e de Elias na montanha, dos 40 dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egipto. Antes de iniciar sua vida pública, logo após ter sido baptizado por João no rio Jordão, Jesus passou 40 dias no deserto.

Domingo de Ramos é a festa litúrgica que celebra a entrada de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém. É também a abertura da Semana Santa. Nesse dia, são comuns procissões em que os fiéis levam consigo ramos de oliveira ou palmeira, o que originou o nome da celebração.
S. Mateus 21:7-9 regista o cumprimento dessa profecia: "...trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hossana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hossana nas maiores alturas!" Este evento aconteceu no domingo antes da crucificação de Jesus.

Quinta-feira Santa, este dia marca o fim da Quaresma e o inicio do Tríduo pascal na celebração que relembra a ultima ceia de Jesus Cristo com os doze Apóstolos.
Sexta-Feira Santa, ou 'Sexta-Feira da Paixão'. É a data em que os cristãos lembram o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de diversos ritos religiosos. A Igreja celebra e contempla a paixão e morte de Cristo, pelo que é o único dia em que não se celebra, em absoluto, a Eucaristia. Por ser um dia em que se contempla de modo especial Cristo crucificado, as regras litúrgicas designam que neste dia e no seguinte (Sábado Santo) se venere o crucifixo com o gesto da genuflexão, ou seja, de joelhos.

Sábado Santo, também chamado Sábado de Aleluia, é o dia antes da Páscoa no calendário de feriados religiosos do Cristianismo. Na tradição católica, é costume os altares serem desnudados, pois, tal como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações são as que fazem parte da Liturgia das Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento, excepto o da Confissão. São permitidas exéquias, mas sem celebração de missa. A distribuição da comunhão eucarística só é permitida sob a forma de viático, isto é, em caso de morte.

Páscoa (do hebraico Pessach, que significa passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão, normalmente considerado pelas igrejas ligadas a esta corrente religiosa como a maior e a mais importante festa da Cristandade. Na Páscoa os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo depois da sua morte por crucificação (Sexta-Feira Santa). A Páscoa cristã celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu por três dias, até sua ressurreição. É o dia santo mais importante da religião cristã.

Histórias de Vida - José Lourenço Pires


José Lourenço Pires nasceu em Marmelete e viveu sempre na freguesia, até ir para a tropa com 20 anos. Fez a recruta em Lagos e depois foi para Santa Margarida e entretanto foi para a Índia.
Frequentou a Escola Primária de Marmelete, onde estudou até à terceira classe, mas depois já adulto decidiu ir fazer o exame da quarta classe, habilitações com as quais se mantém até hoje.
Quando deixou a escola começou a trabalhar na agricultura e na construção civil, actividades que manteve até ser chamado para fazer a recruta do serviço militar.
Aos 21 anos foi para a Índia ao serviço do exército português, partiu do Cais de Alcântara, em Lisboa num navio que levava cerca de 2500 militares.
Após uma viagem de 15 dias o Sr. José juntamente com os outros 2500 soldados chegaram a Goa, na Índia, onde depois foram distribuídos por várias companhias, para diferentes locais. Esteve quatro meses em Goa, onde efectuou serviços de patrulha e de guarda a algumas prisões.
Passados quatro de meses da estada em Goa, surgiu a oportunidade de um pelotão de soldados portugueses ir para Timor, e o Sr. José Pires foi um dos muitos soldados que se voluntariou para ir cumprir o serviço em Timor.
Após uma viagem de navio que durou 15 dias chegaram a Timor, onde esteve 26 meses. Em Timor fazia serviço de patrulha e de guarda.
Na viagem de regresso a Portugal, no mar das Filipinas, o barco apanhou um grande tufão, perante esta tempestade os tripulantes passaram três dias sempre deitados no convés do barco e quase sem se alimentarem, só comiam um pouco de pão e um pouco de água.
Mas apesar deste percalço na viagem sobreviveram todos e lá atracaram então em Hong Kong, para abastecer e de seguida pararam em Singapura, onde o navio fez um carregamento de produtos que era para deixar na Índia, mas entretanto durante o percurso souberam que a Índia estava em guerra e assim fizeram o caminho de volta para Portugal, passando pelo Canal Suez.
Chegaram a Portugal decorridos 45 dias de viagem em alto mar.
O Sr. José esteve quatro anos ao serviço do exército português.
Durante o tempo todo que esteve fora de Portugal, aquilo que lhe custou mais foram as saudades que sentia dos familiares e amigos que deixou cá, e aquilo que mais lhe custou a adaptar-se foi a comida, diz que nunca comeu tanto arroz na sua vida, como quando esteve em Timor.
Quando veio para Portugal começou a trabalhar como servente de pedreiro e passados alguns anos passou a pedreiro, exercendo esta profissão até se reformar, o Sr. José foi autor de inúmeras casas, com uma arquitectura digna de registo.
 Para além destas aventuras todas do outro lado do mundo, que o Sr. José recorda com um misto de saudade, mas ao mesmo tempo de alegria e orgulho, ele é ainda um dos detentores de uma arte manual que já se vai perdendo. Das suas mãos de artesão saem magníficas colheres de pau, e outros utensílios de cozinha por ele fabricados com muita paciência e dedicação, que são verdadeiras obras de arte.
Hoje já reformado é assim que passa a maioria do seu tempo livre, para além de alguns trabalhos na horta, dedica grande parte do seu tempo a este ofício, dizendo que é algo que lhe dá muito prazer.  
Hoje com 73 anos só tem pena não ter visitado mais países e conhecer outras culturas diferentes da portuguesa, contudo considera-se um felizardo por ter estado nas terras do oriente, onde nunca teria oportunidade de ir se não fosse o serviço militar.
Também gostava muito de poder voltar a Timor ou à Índia, mas desta vez como visitante e para verificar quais as transformações pelas quais estes países passaram.
Questionado acerca da sua preferência em relação a estes países, o Sr. José não hesita e diz que Timor foi sem sombra de dúvida o local onde mais gostou de estar, talvez por ser onde esteve mais tempo e onde criou grandes laços de amizade, identificou-se bastante com os costumes dos timorenses, e diz até que quando se veio embora sentiu alguma pena de deixar o país ao qual se tinha afeiçoado tanto.
Das viagens, ficam inúmeras “estórias” para contar, e um orgulho enorme por ter estado nestes países, como é visível pela sua forma de relatar os acontecimentos entre amigos nas conversas de café.
Da nossa parte, em nome da direcção e da equipa técnica do Centro de Dia de Marmelete, um agradecimento enorme pela sua disponibilidade e por partilhar connosco um pouco das suas vivências e das suas memórias.

Origem do Carnaval


O Carnaval é, por excelência, o período mais festivo do ano. Nesta época, que antecede os 40 dias que compõem a Quaresma, tudo (ou quase tudo) é permitido. As pessoas saem à rua envergando máscaras que ocultam a sua identidade, vestindo trajes que escondem a sua personalidade e tomando atitudes muito diferentes das que são, geralmente, socialmente aceites.
O Carnaval, como o conhecemos hoje, tem a duração de três dias que vão do Domingo Gordo à Terça-feira Gorda. A quarta-feira seguinte, conhecida por Quarta-feira de Cinzas ou Entrudo (do latim, introitus, que significa entrada), simboliza a entrada no período da Quaresma, que antecede a Páscoa.
Sobre a origem da palavra, não há unanimidade entre os estudiosos. Há quem defenda que a palavra Carnaval deriva de carne vale (adeus carne!) ou de carne levamen (supressão da carne). Esta interpretação da origem etimológica da palavra leva-nos, indubitavelmente, para o início do período da Quaresma, uma pausa de 40 dias nos excessos cometidos durante o ano, excessos esses que incluem, segundo a religião católica, a alimentação. Assim, a Quaresma era, na sua origem, não apenas um período de reflexão espiritual como também uma época de privação de certos alimentos como a carne.
Outra interpretação para a etimologia da palavra é a de que esta derive de currus navalis, expressão anterior ao Cristianismo e que significa carro naval. Esta interpretação baseia-se nas diversões próprias do começo da Primavera, com cortejos marítimos ou carros alegóricos em forma de barco, tanto na Grécia como em Roma e, posteriormente, entre os Teutões.
De qualquer forma, seja qual for a origem da palavra Carnaval, a verdade é que o seu conceito se fundiu completamente na sociedade. Brincar ao Carnaval é já uma tradição que poucos dispensam!

Dia de Reis


Os Reis Magos são personagens que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Deus Menino, em Belém (Mateus 2, 1-12).
A designação “Mago” era dada, entre os Orientais, à classe dos sábios ou eruditos, contudo esta palavra também era usada para designar os astrólogos, e isto fez com que, inicialmente, se pensasse que estes magos eram sábios astrólogos. Posteriormente, a Igreja atribuiu-lhes o apelido de “Reis”, em virtude da aplicação liberal que se lhes fez do Salmo 71,10.
Uma tradição posterior aos Evangelhos atribuiu-lhes o nome de Baltasar, Gaspar e Belchior (ou Melchior), e cada um obteve características próprias. Belchior (ou Melchior) seria o representante da raça branca (europeia); Gaspar representaria a raça amarela (asiática); por fim, Baltasar representaria todos os de raça negra (africana). Estavam assim representadas todas as raças bíblicas, pode então dizer-se que a adoração dos Reis Magos ao Menino simboliza a homenagem de todos os homens na Terra a Jesus Cristo.
Para além desta simbologia, pela cultura a cristã, os Reis Magos simbolizam que os que os poderosos e abastados devem curvar-se perante os humildes, despojando-se dos seus bens e colocando-os aos pés dos demais seres humanos, ou seja, devem partilhar a sua fortuna com os mais pobres.
O dia de Reis celebrava-se a 6 de Janeiro, partindo-se do princípio que foi neste dia que os Reis Magos chegaram finalmente junto ao Menino Jesus. Em alguns países é no dia 6 de Janeiro que se entregam os presentes.
Ao chegarem ao seu destino, os Reis Magos deram como presentes ao Menino Jesus: Ouro (oferecido por Belchior): este representa a Sua nobreza; Incenso (oferecido por Gaspar): representa a divindade de Jesus; Mirra (oferecido por Baltasar): a mirra é uma erva amarga e simbolizava o sofrimento que Cristo enfrentaria na Terra, enquanto salvador da Humanidade, também simbolizava Jesus enquanto homem. Assim, os Reis Magos homenagearam Jesus como rei (ouro), como deus (incenso) e como homem (mirra).

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Monchique, Marmelete, Portugal
Potenciando a efectivação de um acompanhamento do envelhecimento construtivo e activo, o Centro de Dia de Marmelete, consiste numa resposta social de apoio à população idosa da freguesia de Marmelete, incidindo a sua dinâmica institucional para colmatar as demais necessidades e/ou problemas de cariz sócio-demográfico. O Centro de Dia de Marmelete comporta as valências de Serviço de Apoio Domiciliário e Centro de Convívio. Conta com o apoio de 170 associados, entre os quais 16 encontram-se inseridos no Serviço de Apoio Domiciliário e 40 no Centro de Convívio.

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